Um Olhar sobre o Mundo
Coisas horríveis estão a ocorrer no mundo. Eu conheço a guerra imperialista que está em marcha há já milhares de anos. Estou ciente do sofrimento dos refugiados e das atrocidades conduzidas por organizações terroristas como o “Estado Islâmico”, o “Boko Haram”, entre muitas outras. Acima de tudo, estou consciente de acções terroristas conduzidas por companhias internacionais e o modo como estas são mantidas em segredo pelos governantes. Sei da rede internacional de pornografia infantil e de todo o processo de tráfico de mulheres por todo o mundo. Também estou alertado para a crueldade sobre os animais que acontece em todo o lado. A maioria da população global vive num estado apocalíptico. Choramos a morte de uma pessoa próxima, no entanto não conseguimos chorar quando sabemos através dos meios de comunicação social que populações inteiras de pessoas e de animais são extintas. As atrocidades a ocorrer globalmente são de tal ordem que já não temos qualquer reacção a elas.

Prados em flor
Nestas circunstâncias, pode parecer cínico perguntarmo-nos se, apesar de tudo, existe uma entidade humanitária. No entanto existe – juntamente com todos estes desastres – a existência do sagrado, a realidade do campo cósmico da cura, da magia da vida, dos prados em flor, das pessoas dispostas a amar e das mãos prontas a ajudar.
É verdade que existe, para além de toda a violência promulgada pelos homens, outro ser humano e outra criação. Se a criação divina abrange mais do que um modelo, então pelo menos um deles terá os princípios do amor e da alegria. Esta não é uma ilusão mas uma experiência; uma percepção completamente objectiva. No seu cerne, todo o planeta está focado na unidade, na alegria e no amor.
A vida (sem perturbação) é a realidade eterna e a existência de uma única e grande família. As estruturas da realidade contém esta mensagem de verdade, uma promessa de alegria e amor – não numa qualquer vida futura ou reencarnação, mas no presente. Esta é a ordem mundial da matriz sagrada. Dentro deste plano talvez consigamos entender as palavras do avô de Dhyani Ywahoo, um ancião na tribo Cherokee. Apesar de ter conhecimento do que tinha sido feito aos Americanos nativos, ele disse à sua neta: “É o nosso dever espiritual sermos felizes”.

A “Outra Realidade”
O momento em que temos esta experiência abre a porta através da qual podemos ver a verdade e a presença desta “outra realidade”, a realidade de um mundo divino, a realidade de uma alegria e prazer vívidos, vigorosos, a realidade de uma utopia absolutamente concreta, de um modo de vida que sempre esteve e continua latente. A mensagem sagrada que Jesus e outros santos trouxeram, a mensagem de caridade e cura é a mensagem vinda de um mundo cósmico. Aquilo que entendemos do anúncio subjectivo de um único messias contém uma verdade ontológica do mundo. A aparição do Sagrado é uma objectividade pura – apenas as disposições psicológicas das pessoas que as recebem ou não é que são subjectivas.

Um Novo Movimento
Os poderes de amor e de cura começam a ter efeito sobre nós, no interior e no que nos rodeia, a partir do momento em que os reconhecemos. Todo o plano dos Biótopos de Cura, o qual tem vindo a ser desenvolvido nos últimos 20 anos, pode ser orientado para divulgar esta mensagem, aceitar este dom e partilhá-lo com o próximo.
ESTA é a tarefa das instituições, dos encontros, dos meios de comunicação e das redes de contactos ligados à Terra Nova. É, igualmente, a continuação e a consolidação do movimento “Defender o Sagrado”, o qual teve origem pelos índios de Dakota em Standing Rock quando se juntaram contra o plano de construção de tubagens para extracção de petróleo. Esta é a mensagem que nos chega, depois de a termos procurado, discutido e sobre nela trabalhado durante algum tempo, frequentemente sob uma preocupação quase desesperante.
Basta uma pequena mudança na forma como vemos as coisas, uma breve experiência de amor, uma suave alteração na frequência do coração – e estaremos habilitados a descobrir o plano que Deus tem para o mundo. A partir daí as pessoas poderão começar a falar porque é aí que a mensagem original reside, aquela para a qual os nossos corações e os nossos órgãos de argumentação foram criados. “Aqueles cujo coração está cheio, têm bocas que querem falar.”

O Regresso
Gostaria de incluir algumas frases ditas por Sabine Lichtenfels em 2008, acerca da sua visão para o futuro:
“O acontecimento crucial, o qual dará início a um novo futuro, é o regresso à certeza de Deus. …É uma certeza absoluta e uma alegria de existência a que nos acorda de repente e nos motiva a renovar as nossas acções. Essa alegria e felicidade pode ser vista em vários grupos de pessoas, tal como no filme “Os Animais são Pessoas Bonitas”, no qual as pessoas inicialmente não se acreditam que começa a chover repentinamente. No momento seguinte começam a aplaudir. De um momento para o outro tudo parece fácil. … Tal aconteceu depois da situação ter sofrido uma viragem apocalíptica. O que para alguns parecia um grande fracasso… surgiu como o segredo para a cura e renovação desses seres espirituais, que conseguiam perceber e reconhecer o que estava a acontecer. Foi um salto quântico na sua consciência; uma mudança na dimensão do seu pensamento e na sua forma de entender as coisas.”

Descobrimos a verdadeira norma do nosso mundo, a qual tem sido encoberta há demasiado tempo pelas terríveis decepções e alienações da história, por estar profundamente enraizada nos nossos corações e nas nossas células. Descobrimos a imanente essência da vida, a qual irá emergir à face da Terra, para que tudo o que está predestinado no grande plano se torne realidade.

O Objectivo da nossa Jornada
Quero regressar à pergunta inicial: Haverá uma entidade humanitária no Universo? Quem ou o que é que canta quando o melro canta? Quem é o maestro na melodia do coro dos grilos, no qual, quando reduzimos a sua velocidade 80 vezes, podemos escutar uma melodia perfeita, como que um hino a louvar Deus? Quem liderou os movimentos dos peixes pequenos, que desenharam uma mandala perfeita no oceano? Quem ajuda a rã-touro a construir um canal desde o seu lago seco, até ao próximo de modo a poder salvar as suas crias? É como se houvesse uma omnipotência mais elevada e simpática a trabalhar através de todas as formas de vida e a controlar tudo. Podemos chamar-lhe de “Deus”, mas este Deus não é um sujeito que se sobrepõe a todos as criaturas; ele ou ela é imanente. Ele ou ela existe dentro de todas as criaturas e lidera as suas acções, se elas tiverem abertas à sua liderança. Deus não é uma figura, mas uma força e uma consciência maior que é inerente a toda a vida.

De entre todas as criaturas, os seres humanos são aqueles que mais se apartaram da orientação divina. E com isso resultam os desastres que acontecem mundialmente. A cura pode ser encontrada na reunião da comunidade humana com o fluxo de consciência que conecta toda a vida. A entidade humanitária pode ter um impacto completo quando as pessoas tenham dado o passo neste sentido.

Numa das nossas placas pode-se ler:
O mundo que nós criámos
e o mundo que nos criou
devem encontrar-se.
Esse é o objectivo da nossa jornada.

Traduzido do Inglês por Mário Miguel Fernandes