Carta aberta de Dieter Duhm e Sabine Lichtenfels

Caros amigos, caros companheiros pelo movimento em prol de um mundo melhor,

Vivemos tempos inéditos. O fenómeno do coronavírus representa a ambiguidade de uma situação que exige esclarecimento e um caminho de saída, porque se trata da situação em que se encontra a nossa própria vida. Independentemente de quem, ou do que deu origem ao coronavírus e de até que ponto o colapso previsto no mundo financeiro e económico desempenhou um papel neste processo, estamos todos envolvidos nesta história — e a forma como ela continuará depende largamente das energias que hoje se unem, resultantes de uma nova ordem de vida.
O capitalismo global está a desmoronar-se. Este enfrenta duas opções: ou o caos, que não podemos seriamente ambicionar, ou o consumar de estados de vigilância e totalitarismo, que não podemos também ambicionar. Assistimos actualmente ao ataque de médicos e virologistas que têm a coragem de mencionar factos sobre o processo em torno do coronavírus, que desafiam a doutrina pública.
Sabemos o quanto as restrições ao contacto têm aumentado a miséria das pessoas já antes afectadas pela solidão; as coisas terríveis que acontecem na Índia, em África e noutros países do Sul Global. Ainda assim, quando eu (Dieter Duhm) me sentei em frente à minha casa durante a noite e procurei sentir a magnitude desta incrível história, e eu (Sabine Lichtenfels) meditei num lugar especial e procurei ouvir a voz do mundo, surgiu um novo sentimento dentro de nós, como se algo dissesse: “Finalmente!”
FINALMENTE. Finalmente, a ideia de que este sistema — que tem estado na origem de tanto sofrimento — pode estar a chegar ao seu fim. Ar puro e alegria para seres humanos e animais, para aves e golfinhos. Finalmente, a humanidade é forçada a compreender a sua união — uma só humanidade, uma só Terra, um só organismo ao qual pertencemos e do qual obtemos todas as nossas forças, a nossa alegria de viver e a nossa saúde. Este é o nosso lar.
Finalmente! Sabíamos que, a dada altura, chegaríamos a este lugar. Quando esta luz se acende, aquilo que tudo une ergue-se no coração da humanidade. Arkan Lushwala, um grande amigo nosso de tradição indígena, escreveu-nos do Peru: “… muitos de nós já esperavam algo deste género. Algo poderoso e sagrado teve de intervir para impedir a destruição das fontes da vida”.
Por vezes o divino irrompe através de nós, conduzindo-nos, durante breves momentos, até um mundo de graça, de força e de um enorme amor universal. Esta não é uma experiência privada, não é apenas a experiência de um ego individual, pois nesta experiência pulsa o coração do mundo inteiro e o coração global de toda a humanidade. Esta é a mensagem de um mundo permanentemente orientado para a unidade, para o amor e a cura; chamamos-lhe “Matriz Sagrada”. Esta é a base mais sólida, para a formação de um movimento capaz de se ligar com as forças universais e de curar o coração da humanidade.
Fortalecidos pela ligação com esta mensagem, fitamos o horizonte e vemos o emergir de novas comunidades. Vemos relações amorosas livres, que já não falham fruto da competição e do ciúme. Vemos paisagens que se regeneraram completamente; vemos a amizade entre seres humanos e animais; vemos processos milagrosos de cura, dos de Jesus aos de Bruno Gröning ou Anita Moorjani, até aos que nós próprios vivenciámos. Vemos que por detrás de toda a doença e destruição, se encontram forças embrionárias de um mundo iminente, que é tão real, que a realidade actual destes tempos desorientados se afigura como uma estranha miragem.
Resumamos agora o que nos chegou de uma voz mais elevada:

PALAVRAS DA ALMA DO MUNDO PARA A HUMANIDADE.
Humanidade, a tua voz é agora necessária, a tua verdadeira e amorosa voz de compaixão e de apoio a todos os que agora precisam de ajuda. Quando te relembras da tua natureza divina original, quando relembras quem és verdadeiramente e por que motivo estás na Terra, eu mostrarei e fornecerei tudo o que precisas para viver. Mostrar-te-ei como todo um universo se quer reflectir no amor entre homem e mulher. Ajudar-te-ei a erguer com veemência a tua voz, contra a indústria de armamento e a exportação de armas, contra a destruição das florestas, dos povos indígenas e de populações inteiras no reino animal.
Enviei o coronavírus para que possas reflectir e recuperar os sentidos neste impasse global. Já não é possível voltar à normalidade do quotidiano. Acaba com os teus velhos hábitos de sofrimento, ciúme, consumismo e gratificação substitutiva; acaba com as matanças e mortes desnecessárias; acaba com o teu próprio ódio; com os teus conflictos habituais contra isto e aquilo, incluindo os que existem nos teus próprios grupos e relacionamentos; acaba com o desespero — ergue-te finalmente acima de tudo isto. Aí encontrarás lugares poderosos de renovação. Aí reside o poder para a grande transformação, que se tornou agora inevitável para a Terra e todos os seus habitantes. Participa nesta força e espalha-a por todos os países e todas as águas.
O tempo do capitalismo chegou ao fim. Desenvolve agora as bases para um novo futuro digno de se viver, e pela alegria infinita de todos os seres que habitam este planeta. No plano da criação, existem possibilidades maravilhosas neste sentido, que podes facilmente receber e realizar, porque tu própria as transportas como herança cósmica no teu corpo, nos teus genes, no teu coração. Retira as máscaras que vos separam uns dos outros. Descobre a tua própria natureza divina e as suas possibilidades infinitas. Descobre o poder ilimitado da manifestação divina, com o qual podes transformar o mundo; descobre a fé que cura doentes, que reconcilia povos e “move montanhas”.
Não o faças pela metade, mas totalmente. Cessa todas as dúvidas e evasões desnecessárias. Olha para a vida e reconhece as forças sagradas em acção. Aprende a ver realmente; aprende a ver a partir de dentro. Observa as novas comunidades que se erguem a partir dos domínios do divino. Observa o amor entre os géneros, que começam a reconhecer-se. Observa a fonte feminina e o amor de todas as crianças pelas suas mães, tanto as crianças humanas como as do mundo animal. Deixa as tuas filhas profetizar, deixa os teus pais proteger tudo o que é feminino e as tuas mães proteger tudo o que é masculino. Observa o amor dos animais pela humanidade. Encontra o teu lar na grande família da vida. Observa como a vida se renova tão rapidamente, assim que a destruição cessa.
Observa o grande plano de uma utopia concreta, que aguardou tanto tempo pela sua realização.

Obrigado e amém.
Em nome do amor por todas as criaturas.